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O sistema é prático e, justamente por isso, é preciso muito cuidado para não se endividar. A facilidade no uso de cartão de crédito e a possibilidade de poder efetuar o pagamento em um prazo maior atraem uma grande parcela de consumidores para esse serviço. No Brasil, já existem cerca de 150 milhões de cartões de crédito.
Utilizado de maneira incorreta, o cartão pode ser um inimigo do consumidor, como explica o economista Glauco Carvalho. "O cartão de crédito foi feito para aquelas pessoas que sabem utilizá-lo. Muitas pessoas usam o cartão de forma equivocada, comprando bem mais do que podem pagar, o que gera um endividamento inevitável".
Com o objetivo de fazer com que os brasileiros se endividem menos no cartão de crédito, o Conselho Monetário Nacional mudou a regra do valor mínimo de pagamento da fatura. Atualmente, para quem não consegue pagar a fatura inteira, o pagamento mínimo é de 10%. O valor restante é cobrado no mês seguinte, com juros.
As compras feitas a partir de hoje já entram na nova regra: o pagamento mínimo da fatura será de 15%. Em dezembro passará a 20%. De acordo com Glauco Carvalho, as mudanças não irão trazer benefícios para os consumidores. "Os juros do cartão de crédito são os mais altos do mercado, com taxas que giram em torno de 16% ao mês, ou seja, com as novas regras, o consumidor irá pagar somente os juros e não conseguirá se livrar nunca da dívida", afirma o economista.
Para aqueles que não conseguem pagar o valor total da fatura, a recomendação do economista é que essas pessoas busquem alternativas, como empréstimos, para quitar a dívida. "O pagamento mínino no cartão de crédito é um ciclo que não tem fim, deixando o consumidor cada vez mais endividado, por isso o interessante é que essas pessoas façam um empréstimo, por exemplo, no Crédito Direto ao Consumidor (CDC), com juros bem menores, pagando dessa maneira o valor total da fatura", destaca Glauco Carvalho.
Os altos juros do cartão de crédito são os principais vilões do serviço. A taxa, que pode chegar a 238% ao ano, está bem acima do aumento salarial, que foi de 10% ao ano, e de outros serviços, como o cheque especial, que é de 8% ao mês. "É preciso um planejamento do orçamento familiar para que se possa utilizar corretamente o cartão de crédito, baseando o custo mensal em função da renda, o que de certa forma não acontece. Muitas vezes o cartão é utilizado para comprar coisas que não são necessárias, principalmente pela ilusão que o prazo maior oferece", alerta o economista.
FONTE Jornalista Chico Costa
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