Um homem de ação e fé

Os moradores da pequena cidade de Ipanguaçu, a 230 quilômetros de Natal, nem imaginavam que um filho daquela terra fosse ter tantas vitórias na vida. O ano era o de 1967. O dia, assim como todos os outros, era de muito sol e trabalho. Mas aquele primeiro de dezembro marcaria para sempre a vida de dona Francisca Gonzaga de Melo. Nascia o pequeno Adenúbio de Melo Gonzaga.

Da mãe, sempre recebeu os melhores exemplos. A vida sofrida na infância não foi motivo para o abandono dos estudos, aprendizado que seria fundamental quando chegasse a adolescência. Aos 17 anos, deixava o município onde havia nascido para marcar seu nome na história do Rio Grande do Norte.

Adenúbio se alistaria no Exército, onde se tornaria íntimo do esporte, mas especificamente das artes marciais. Primeiro, virou praticante de Full Contact, modalidade pela qual viria a se sagrar tricampeão brasileiro nos anos seguintes.

A carreira no esporte crescia a cada temporada e o potiguar vindo do interior já chamava a atenção da imprensa quando um acidente de percurso lhe cruzou o caminho. Após bater na moto que dirigia, o lutador ficou com o movimento das pernas limitados. Mal sabia que o problema marcaria sua vida para sempre, e para o bem.

Sem conseguir se movimentar normalmente, Adenúbio precisou trocar o Full Contact pelo boxe. Começava a trilhar uma trajetória das mais vitoriosas da história do esporte nacional. Por meio do boxe, o potiguar representou Natal e o Rio Grande do Norte em várias partes do país e do mundo. O pequeno filho de Ipanguaçu estava prestes a conquistar por três vezes o título mundial do esporte na categoria super-leve, e em duas associações diferentes. Ao todo, foram 33 lutas e 33 vitórias.

O exemplo em que se transformou no esporte não era suficiente. Já casado com Janderrê Melo, com quem tem dois filhos (Lucas, 9, e João Vitor, 2), Adenúbio percebia que tinha condições de contribuir ainda mais com a vida do seu povo.

A primeira filiação partidária, assim como ocorrera com o boxe, aconteceu sem maiores pretensões. Em pouco tempo, o potiguar percebeu que o PT não era a sua casa ideal na política.

Em 2003 assinou filiação junto ao PSDB, partido pelo qual disputou sua primeira eleição. Como no esporte, surpreendeu a todos e saiu, mais uma vez, vencedor. Adenúbio conquistava uma vaga na Câmara Municipal de Natal com 5.569 votos.

Quatro anos depois, já no PSB (seu partido atual), Adenúbio disputou a reeleição. Já convertido a religião evangélica, o vereador aprendeu a importância da crença na palavra: de Deus e dos homens. Foi assim que o homem de ação e fé saiu, de novo, vitorioso das urnas de Natal.
POR SAMUEL BATISTA NETO.............